O Myra tem como objetivo apoiar estudantes de escolas públicas que tenham dificuldades na compreensão leitora, por meio da sua participação em sessões de leitura individuais e regulares, com pessoas voluntárias orientadas pela metodologia do programa. Esses/as alunos/as estão geralmente no quarto, quinto ou sexto ano e participam da iniciativa no contraturno escolar.

“O Myra é meu programa do coração. Eu realmente acredito no impacto de um para um: uma pessoa voluntária totalmente focada em um/a aluno/a. Com o Myra, nós conseguimos provar que quanto maior o vínculo entre a pessoa leitora mais experiente e a criança que se aventura pelo universo dos livros, maior o aprendizado dela”, diz a coordenadora pedagógica na Roda Educativa que está à frente do programa, Gisele Goller.

A equipe trabalha pela formação das pessoas voluntárias, acompanhando cada passo por meio de relatórios e de encontros ao longo do ano. O Myra não percebe o voluntariado de forma assistencialista, muito pelo contrário: ele possibilita uma troca de saberes entre as duas pessoas envolvidas e tanto o/a adulto/a como a criança podem sugerir os livros que serão lidos e discutidos durante as sessões de leitura.

O programa é implementado desde 2016 pela Roda Educativa, que foi chamada pela Fundação SM para iniciar, no Brasil, a experiência que já era realizada na Espanha pela Fundación Bofill, em moldes muito parecidos e com o nome de Lexcit (Leitura pelo Êxito Educativo). O desenvolvimento da metodologia, no entanto, considerou o contexto brasileiro e a expertise da Roda na formação de pessoas leitoras.

Gisele conta que o Myra aplica uma avaliação para checar as habilidades leitoras de uma mesma turma de uma escola pública. Com os resultados em mãos, é possível identificar quais estudantes estão com dificuldades e fazer o convite para participar do Myra. Segundo Gisele, “quem participa está ali porque quer. As pessoas voluntárias se candidatam e recebem formação adequada e as crianças foram convidadas e aceitaram. Nada é imposto. Por isso, funciona tão bem”.

O foco do programa são crianças que conseguem ler textos, mas têm dificuldades para interpretá-los, para perceber a opinião do/a autor/a e para captar ironias e outras figuras de linguagem. Durante as sessões com leitores mais experientes, os meninos e meninas conseguem expandir o universo crítico e criativo, conhecendo novos gêneros literários e aumentando o repertório individual.

Os pontos Myra atuais estão na cidade de São Paulo na biblioteca Pró-Saber, em Paraisópolis; na E.E. Flávio José Osório Negrini, no Campo Limpo; no Grupo de Apoio Trapézio, em Pinheiros; na editora FTD, na Bela Vista; e na OAB – Penitenciária Feminina da Capital. Aliás, esse ponto tem uma proposta bem bonita: incentivar mulheres em situação de cárcere, que estão no regime semiaberto, a lerem para seus filhos e filhas ou outras crianças nos dias de visita. Há grávidas e mulheres com recém-nascidos que também participam, além daquelas que aproveitam o acesso aos livros para ler para colegas de cela.

Ponto Myra na editora FTD

Com mais de 120 anos de atuação e 31 Prêmios Jabuti, a FTD é parceira do programa Myra. Segundo a gerente de negócios de RH da FTD Educação, Elizabeth Loureiro, o programa foi escolhido por estar alinhado com o propósito da organização que é enfatizar a importância da leitura e da educação como ferramentas de transformação social. Os colaboradores da empresa se inscrevem como pessoas voluntárias do Myra e participam das sessões de leitura em escolas e instituições sociais da Bela Vista.

“Sinto-me parte de algo maior, contribuindo para um futuro em que o amor pela leitura e pela aprendizagem é cultivado desde cedo”, relata a analista de riscos e compliance Carolina Held dos Santos. Também colaboradora, a gerente de conteúdo Claudia Pedro Winterstein pontua: “Estou animada em poder contribuir com esse projeto tão significativo. A leitura e a literatura abrem janelas importantes para o mundo, ampliam tantos horizontes, que pensar em ser apoio e facilitar esse processo para uma criança me deixa muito feliz.”

Entre as consequências positivas para a FTD, Elizabeth destaca que o envolvimento em iniciativas de responsabilidade social, como o Myra, é capaz de melhorar a percepção pública da editora, fortalecendo sua reputação como organização comprometida com o bem-estar da comunidade.

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E se a sua empresa estiver interessada em fazer parte do “Myra: Juntos pela leitura”, escreva pra gente em institucional@roda.org.br.

Foto: sessão de leitura no ponto Myra no Grupo de Apoio Trapézio (crédito: divulgação)